MADRIGAL
No tronco do
jequitibá,
Que estavas
abraçando,
Colando- lhe
o corpo, do rostinho aos pés,
Vejo os
arranhões, quase de pé,
Afia as
garras,
E, mais
embaixo, a casca estraçalhada,
Onde os
caititus vêm acerar os dentes…
ALARANADO
No campo
seco, a crepitar em brasas,
Dançar as
últimas chamas queimada,
Tão quente
que o sol pende no ocaso,
Bicado,
Pelos
sanhaços das nuvens,
Para cair,
redondo e pesado,
Como uma
tangerina temporã madura…
MUNDO PEQUENO
O albatroz
prepara
Breve
passeio
De Polo a
Polo…
GARGALHADA
Quando me
disseste que não mais me amavas,
E que ias
partir,
Dura,
precisa, bela e inabalável,
Com a
impassibilidade de um executor,
Dilatou-se em
mim o pavor das cavernas vazias…
Mas olhei-te
bem nos olhos,
Belos como o
veludo das lagartas verdes,
E porque já
houvesse lágrimas nos meus olhos,
Tive pena de
ti, de mim, de todos,
E me ri
Da
inutilidade das torturas predestinadas,
Guardadas
para nós, desde a treva das épocas,
Quando a
inexperiência dos Deuses
Ainda não criara
o mundo…